11.3.23

Precisamos falar sobre a blogosfera

É certo que os blogs perderam as forças nos últimos anos; muito criador de conteúdo migrou para outras plataformas, sobretudo o Instagram. As pessoas ficaram menos interessadas em ler postagens inteiras, textos e comentários longos, críticas, experiências. Eu particularmente amo os registros pessoais dos blogues, é muito mais interessante ver alguém comentando sobre uma viagem ou uma ida em um restaurante com descrição, mas tudo isso virou apenas um clique em um storie ou uma postagem de uma foto no feed. Por trás dessas fotos, desses vídeos, e dessas mídias visuais, nos esquecemos de compartilhar o que realmente importa: saber o que a pessoa estava sentindo naquele momento, coisas interessantes e desinteressantes sobre aquela ocasião ou do cotidiano por si só. Não sei se sou uma geminiana nata, ou se apenas gosto de saber toda a "fofoca", mas gosto de ouvir o que as pessoas tem a dizer, as suas perspectivas. Começo a duvidar se uma imagem vale mesmo mais do que mil palavras, porque quanto às imagens você pode tirar quaisquer conclusões sobre elas, mas as palavras exprimem verdadeiramente o que está por trás das coisas.

O Youtube também está perdendo as forças, as pessoas em um contexto geral não conseguem mais assistir vídeos longos; tem gente preocupada em fazer vídeo de mais de vinte minutos porque isso não dá visualização, e os telespectadores estão cada vez mais acostumados em assistir na velocidade 2x, porque o Instagram acostumou muito mal todo mundo com vídeos de 30 a 60 segundos. As músicas também sofrem com essa calamidade, artistas estão fazendo músicas mais curtas com ênfase no refrão, porque é isso que vai tocar nos vídeos virais e nas "dancinhas do Tik Tok". Estamos vivendo uma era que as pessoas estão ficando mais desinteressantes, mais vazias, influenciadas pelo senso comum da grande massa que utiliza as redes sociais. Em meio à tudo isso, felizmente a cultura dos blogs sobrevive. Ainda há muito o que ser dito e compartilhado sobre as coisas da vida, ainda há muito interesse nas vivências sólidas e nas relações menos sintéticas que as redes sociais proporcionam. A particularidade da blogosfera é sim muito especial, muito diversificada e importante. Ter um espaço customizado e individual na internet vai muito além de uma página ou um perfil em uma rede social, e de certa forma somos uma resistência diante à esses fenômenos mutáveis da internet. A blogosfera inegavelmente pode ter mudado muito do que era há alguns anos atrás, mas ainda segue com o mesmo propósito e eficácia de quando começou a se popularizar.

De certa forma me conforta que nós blogueiros estamos cada vez mais cientes das nuances da blogosfera, e comentando mais sobre esse assunto em nossos blogs, porque é extremamente necessário falar sobre isso. Recomendo também que leiam a postagem que a Lana fez sobre assunto, porque compartilho da mesma opinião. Que continuemos firmes nos nossos espaços tão queridos da internet  Aproveito a minha deixa para comentar mais uma vez sobre o projeto Blogueiros Raiz, que tem o intuito de reunir todos os blogs ativos atualmente, então participem, se inscrevam e coloquem o selo em suas páginas. Vamos nos unir para continuar mantendo a blogosfera viva :)

13 comentários:

  1. Texto muito necessário! É exatamente o que vc escreveu, somos uma resistência a esse ritmo acelerado. Eu realmente fico bem triste que o YouTube esteja indo pelo mesmo caminho, pq acho essa plataforma muito importante! E ah, amo o B.R. 🫶🏽

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  2. Realmente percebi que os blogs não estão mais "famosos" como antigamente,veu amava quando tinha interação de blogs nos grupos de Facebook e agora parece que isso acabou, mas eu não largo meu cantinho por nada!
    Beijos,
    www.sabrinasantosp.blogspot.com

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  3. oi, Isa! tudo bem?

    eu amei o seu texto e tenho pensado muito sobre o que você disse... eu voltei pro blog justamente por desejar viver e registrar as coisas num outro ritmo, porque nas outras redes tudo parece tão superficial que é difícil encontrar um conteúdo que se aprofunde ou traga opiniões verdadeiras a ponto de ocupar mais do que alguns caracteres. e acho que todo mundo é um pouco afetado por isso, tenho amigas que só assistem vídeos acelerados e eu fico apavorada, mas ao mesmo tempo me peguei com preguiça de ler um livro porque a história não se desenrolou tão rápido quanto eu gostaria.

    quando a gente se dá conta disso e não quer mais fazer parte desse ciclo, o jeito é buscar alternativas mesmo.

    não conhecia o blogueiros raiz, já vou atrás pra saber mais!

    abraços ♥

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  4. Tenho essa sensação tbm :(

    Adoro ler sobre o cotidiano de nós blogueiras, até sobre o dia mais simples e sem emoção. Acho tudo tão inspirador. Não tenho tiktok para tentar nao me render a essa velocidade que as coisas estão tomando. Ter criado o meu blog em 2016 me ensinou tantas coisas que serei eternamente grata, principalmente porque hoje ele me rende um dinheirinho que me ajuda a estudar fora da minha cidade. Criei um novo para ser o meu pessoal e sinto muita falta desse carinho entre os blogues.

    Com carinho, Clara.

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  5. Você definiu literalmente o que vem acontecendo à meses. Tanto que a blogsfera se tornou um lugar com poucos habitantes e sobreviventes dessa nova era de produção rápida e curta.

    AVANCEMOS!

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  6. Que post importanteee!!
    E eu me identifico tanto quando você fala "não sei se sou uma geminiana nata, ou se apenas gosto de saber toda a "fofoca", mas gosto de ouvir o que as pessoas tem a dizer, as suas perspectivas."
    Também fiquei reflexiva nisso de "será mesmo que uma imagem vale mais que mil palavras?"
    Sensacional ♥
    Eu amei a ideia do Blogueiros Raiz!
    Blogosfera uni-vos!

    https://www.heyimwiththeband.com.br/

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  7. Concordo com cada palavra tua! E admito que os blogs para mim também têm uma essência e qualidade diferente e por isso é que continuo por aqui!
    Blogs têm uma alma mais bonita e verdadeira a meu ver :)

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  8. Temos vivido uma realidade sedenta pela pressa e preguiçosa para se dedicar em absorver algo, para ler um texto, e tudo o mais que você já citou.
    Que nos voltemos para buscar desacelerar. Que não desistamos dos blogs e dessa comunidade tão bela que segue firme.
    Que permaneçamos <3

    Abraços,
    Any.
    Poetiza-te

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  9. Oh dear, I wrote a similar article that I am yet to publish. I still read blogs and I also love the real contents bloggers create.
    https://www.melodyjacob.com/2023/03/five-essentials-for-summer-holidays.html

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  10. Eu amo ler blog, pesquisar resenhas, detesto ta no insta mas não ta completa, nas redes sou rápida, temos que ser rápidos, mas no blog pode desenvolver, explicar, compartilhar, voltar, sou totalmente fã e não abandono meu blog, ali posso compartilhar tudo e não só um momento que pode se perder.

    Beijos
    www.pimentadeacucar.com

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  11. Tem vezes que fico pensando o porquê de manter ainda o blog, mas é isso, esse sentimento de um cantinho especial que não troco por nada, de como é importante termos isso, de escrever, realmente o consumo de tudo anda muito acelerado, e apesar de usar bastante o Instagram para aquilo que me aprecia, sinto como o gosto só está na rapidez e nos números. Post muito importante, e que bom conhecer essa iniciativa dos blogs!

    Beijos!

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  12. Confesso que sou a pessoa que fica muito irritada com vídeos muito longos, rs. Foi feito para ser uma coisa mais rápida e as pessoas ficam só enrolando, arghh. Apesar disso, amo os blogs, e a parte mais legal é poder mesmo compartilhar as ideais e experiências da vida em um post. Ou simplesmente contar histórias que criamos. Sempre tive o meu blog como um lugar de desabafo, de poder me expressar.
    Gosto de ver que ainda existe pessoas que gostam de ler blogs e escrever neles, e não coisas vazias (mas aí é só opinião.). De qualquer forma sua escrita é mais do que valida e eu apoio.

    Beijo Isa! ♥

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  13. Que texto mais necessário!
    Reflete muito do que penso a respeito também.
    Eu amo a blogosfera desde que comecei a blogar com meus 16 anos.
    E apesar de ter uma conta no instagram, eu não sinto que seja a mesma coisa. Eu gosto de produzir textos e lê-los também, as pessoas estão muito rápidas e gostam de menos de conteúdos que tragam verdade e vivências reais.

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