É o título da primeira tela que vi do van Gogh pessoalmente. Era 2011, eu estava prestes a completar 12 anos de idade. De aniversário, minha mãe comprou uma viagem para São Paulo, para eu conhecer a grande metrópole paulistana e fazer vários passeios culturais junto com ela, do jeito que gostamos: museus, espetáculos, orquestra, peças de teatro. Foi então que eu pisei meus pés pela primeira vez no Museu de Arte de São Paulo, o famoso MASP. Eu, despretensiosa e pela primeira vez visitando um museu renomado com obras importantes, observava quadro a quadro com muita cautela e atenção: olhava o nome da obra, ano, pintor, reparava nas pinceladas, nas cores, nas formas. De repente, num pulo de um quadro para o outro, não foi preciso que eu olhasse na etiqueta ao lado do quadro para saber quem havia o pintado. Sem nunca ter visto aquela pintura antes, percebi instantaneamente que se tratava de uma tela do van Gogh, pois as pinceladas denunciaram no primeiro instante de contato visual. De cara a cara com uma pintura do meu artista favorito, fui tomada por uma emoção tão grande que meus joelhos cederam e desabei no chão em choro. Ajoelhada, com os olhos cheios de lágrimas que escorriam sem parar, fui interrompida por uma mulher que havia perguntado se eu estava bem e me ajudado a levantar. Não disse nada, mas ela entendeu exatamente o que aquele momento significava para mim. Minha mãe, que estava vendo outros quadros, logo chegou até mim e se emocionou com a minha reação. Certamente nunca esquecerei esse momento, é uma memória que tenho guardada com muito carinho dentro de mim. Passados 12 anos, visitei o MASP de novo pela enésima vez, mas finalmente tirei uma foto com ele.
O tipo de memória afetuosa que a gente lê e sente o tanto de emoção que carrega <3
ResponderExcluirUau que pessoa culta rs ;-;
ResponderExcluirA mulher que te levantou deve ter tomado um susto, preocupada contigo rs